Irmandades integradas no Bodo de Leite:
- Irmandade do Divino Espírito Santo da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, Providence
- Irmandade do Senhor Bom Jesus de Rabo de Peixe
- Sociedade de Nossa Senhora da Luz (Império de S. João) de Fall River
- Irmandade do Divino Espírito santo de Fall River
- Irmandade do Divino Espírito Santo de Peabody
- Irmandade do Divino Espírito Santo da União Portuguesa Beneficiente
- Irmandade da Banda de santa Cecília, Fall River
- Santíssima Trindade de Bristol
- Irmandade do Divino Espírito Santo da Igreja de São Tomas de Warren
- Irmandade da Trindade de Warren
- Império de São Pedro da Banda de Nossa Senhora da Luz, Fall River
- Irmandade do Divino Espírito Santo de Nossa Senhora da Luz, Fall River
- Irmandade do Divino Espírito santo do Pico
- Império das Esmolas do Grupo Unidos
- Charabam à moda antiga da Igreja de Santo Cristo, de Fall River
- Grupo Cantares da Ilha do Sol e Nossa Senhora das Candeias da Ilha de Santa Maria
Ranchos Folclóricos:
- Rancho Folclórico do Cranston Portuguese Club
- Grupo Folclórico Madeirense do Santíssimo Sacramento, de New Bedford
- Rancho Folclórico "Ramos de Oliveira"
- Rancho Folclórico de Taunton
- Rancho Folclórico Alto Minho, de Peabody
- Rancho Folclórico danças e Cantares do Clube Lusitânia de Cumberland
- Rancho Folclórico "Raízes de Portugal" de South River, NJ
- Rancho Etnográfico "Moda da Nossa Terra" da Banda de São João, de Stoughton
- Rancho Folclórico "Os Tradicionais" do Clube Português de London, Ontário, Canadá
- Grupo dos "Amigos da Terceira (Marchas" de Pawtucket, RI
- Grupo Etnográfico da casa do Minho "Gente de New Jersey"
- Marcha Popular da União Beneficiente
- Rancho Folclórico "Sonhos de Portugal" de Riorney, NY
- Rancho Folclórico do Clube Português de Pawtucket, RI
- Rancho Folclórico "Nove Ilhas"
- Rancho Folclórico "Portugal no Coração" de Pensilvania
- Rancho Folclórico de Fall RiverSports
- Rancho Folclórico da Igreja de Nossa Senhora de Fátima de Cumberland
- Rancho Folclórico da Associação Cultural Açoriana
- Rancho Folclórico da Escola Portuguesa de New Bedford
Assim vimos desfilar neste excelente e bem participado cortejo etnográfico muitos outros grupos de Folias e organizações luso-americanas dos quais destacamos os Amigos da Bretanha; Fundação Beneficiente Faialense; Saudades da Terra; Organização do Santíssimo Sacramento de New bedford; Casa dos Açores da Nova Inglaterra; Amigos Açorianos; Núcleo Sportinguistas do Cranston Portuguese Club; Comissão do Divino Espírito Santo da Caridade; Casa do Benfica de Cranston Portuguese Club, RI; Cranston Portuguese Club; Clube Recreativo e Cultural de Warren, RI; Clube Social Português de Pawtecket, RI; Rádio Voz do Imigrante; Amigos das Feteiras; Grupo "Os Sportinguistas" de Rhode Island; Folia da Igreja do Espírito Santo, Fall River; Associação Cultural Açoriana; Associação Académica de Fall River; Amigos do Concelho da Ribeira Grande; Azorean Maritime Heritage; Comissão Organizadora do Convívio Mariense; União Portuguesa Beneficente de Pawtecket e muitas outras cujos nomes olvidámos. No que concerne a carros alegóricos foram, sem exagero, umas duas dezenas deles transportando fanfarras, coroas e estandartes do Divino e alguns com bezerros enfeitados destinados para as sopas do Divino, ou esmolas aos pobres, uma tradição bem açoriana até uma encenação ao vivo das célebres pinturas, obra-prima e ex-libris da pintura açoriana, "Os Emigrantes", do ano de 1926, do grande mestre Domingos Rebelo, com a sombrinha, saco, viola da terra e o registo do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
Este cortejo de Bodo de Leite e Etnográfico que incorporou mais dum milhar de participantes percorreu o itinerário de Columbus Street e South Main Street em direcção ao Kennedy Park após que foi distribuído o leite e a massa sovada por todos os presentes defronte do Império do Divino Espírito Santo localizado naquele Park tendo, como já atrás referimos, participado várias personalidades da vida política e religiosa das duas nações. Desfilou também a Rainha das Grandes Festas, Jenny Carreiro que era transportada numa viatura descapotável. Não há razão para duvidar que este cortejo Bodo de Leite e Etnográfico, é tão popular como as cerimónias oficiais da Procissão da Coroação que se realizam no dia seguinte, domingo, uma devoção bem marcante no povo açoriano durante as Festas de Louvor ao Divino Espírito Santo, cujas origens se perde nas brumas do tempo e cujo ritual foi disseminado pela diáspora pelos emigrantes que um dia, há mais de 250 anos, sucessivamente começaram a saír das suas ilhas à procura de horizontes mais abertos e venturosos que então a sua terra bem amada não lhes proporcionava. Esta devoção ao Divino Espírito Santo, nos Açores, segundo consta, iniciou-se pela primeira vez na Ilha de Santa Maria, a primeira a ser povoada e também, já nos fins do século XV em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira, e na ilha de São Miguel esta que era afectada constantemente por forte actividade sísmica que causou a destruição completa da Vila Franca do Campo, no primeiro quartel do século XVI. É sabido que esta fé e devoção ao Divino Espírito Santo foi levada para os Açores pelos primeiros habitantes daquela região após ter sido descoberta pelos navegadores do Infante D. Henrique, a qual tinha sido instituída, um século e meio antes, pela Rainha Santa Isabel, na sua obra misericordiosa de auxilio aos mais desfavorecidos fundou então a Vila de Alenquer e ali construiu a Igreja do Divino Espírito Santo em louvor à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Na cerimónia junto ao Império foi benzido a massa sovada e o leite, sendo tocados, pela Banda Nossa Senhora do Rosário de Providence, os Hinos do Divino Espírito Santo, Portugal, dos Açores e dos Estados Unidos da América do Norte.
Os concertos das Bandas Filarmónicas participantes estiveram sempre presente, nos horários previstos, nos dois coretos montados dentro duma tenda de proporções gigantescas que atraiu autênticas multidões de espectadores amantes deste deste tipo de arte musical, além das “tascas” de comes e bebes, a funcionar noutras duas grandes tendas, onde se serviam petiscos da região açoriana onde o chouriço, morcela, bifanas, favas, caçoila, malassadas e muitos outras delicias satisfazia o mais requintado e exigente palato.
Queremos realçar o excelente e exaustivo trabalho do coordenador do Cortejo Etnográfico e Bodo de Leite, Clemente Anastácio, um natural da Ilha Terceira, Açores, e que tem sido, ao longo destes anos todos, um dos responsáveis (a principal pedra estrutural, pensamos) deste cortejo etnográfico. É elemento cuja actividade é, afirmamos pelo que observámos no local, praticamente imprescindível, trajando, durante o espaço em que decorreu o Cortejo Etnográfico, e no resto do dia também, com as vestes tradicionais de pastor da Ilha Terceira. É um amante irredutível das suas raízes açorianas e da sua Ilha natal e da cultura e religiosidade a ela ligada onde o culto do Divino, as Coroações, o Bodo de Leite e os Impérios nunca foram esquecidos e tudo faz para preservar e disseminar no seu país de acolhimento, os Estados Unidos da América do Norte. E esta sua lida na organização e coordenação destas actividades não está apenas cingida à sua pessoa pois um seu sobrinho, o Vitor Santos, é bem popular, ao longo do ano, no envolvimento no teatro local, marchas de S. João, cantorias, fado e muito mais. Lá vem o velho ditado "...filho de peixe sabe nadar" embora aqui o caso seja, o sobrinho.
No Domingo, dia 25, foi, dizemos, a parte mais solene destas festividades, as cerimónias das Coroações que transcrevemos noutra crónica simultânea.
Esta reportagem só foi possível devido ao gentil apoio das firmas J.F.Ferreira Accounting & Services (Tax Accountant); Bento's Tours & Auto Tire Centre Ltd; Macedo Wine Grape Juice Ltd; Ganadaria Sol e Toiros, Joseph & Patrick Vieira Insurance e Europa Catering & Convetion Centre. Aqui deixo os meus agradecimentos, respectivamente, ao José Ilídio Ferreira, Bento de São José; David Macedo, Élio Leal, Joseph & Patrick Vieira e Manuel de Paulos. Um bem haja para todos estes comerciantes e amigos.
